ENTRAR            

 


 

Texto & Contexto. ISSN:0104-0707 2016 v25n2 r25226p

 

 

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Ir a Sumario

 

 

Full text - English version

 

 

Direito de morte e poder sobre a vida: saberes para o governo dos corpos*

Franciele Roberta Cordeiro,1 Maria Henriqueta Luce Kruse2
1Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 2Doutora em Educação. Professor da Escola de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Recebido: 05 de Dezembro de 2014
Aceito: 01 de Julho de 2015

 *Artigo elaborado a partir da dissertação - Eu decido meu fim?: a mídia e a produção de sujeitos que governam sua morte, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS), em 2013

 

 

 

Cómo citar este documento

Cordeiro, Franciele Roberta; Kruse, Maria Henriqueta Luce. Direito de morte e poder sobre a vida: saberes para o governo dos corpos. Texto Contexto Enferm, abr-jun 2016, 25(2). Disponible en <https://www.index-f.com/textocontexto/2016/25226p.php> Consultado el

 

 

Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar o modo como a mídia articula e posiciona os saberes envolvidos no processo de morte e morrer. Trata-se de uma pesquisa documental, inserida no campo dos estudos culturais, na vertente pós-estruturalista, cujo material empírico se constituiu em dez reportagens publicadas nas revistas Época e Veja, entre os anos 2000 e 2012. Para delimitar o corpus de análise, foi realizado um mapeamento discursivo pelosoftware ATLAS.ti, e os achados foram submetidos à análise do discurso de inspiração foucaultiana. Nas reportagens, a enfermagem apareceu atrelada aos cuidados com o corpo e com procedimentos técnicos, o que levou à conclusão de que a mídia constrói a imagem dos profissionais, conforme os atributos históricos ligados às profissões. Evidenciou-se que os saberes da medicina e jurídicos estão autorizados a ensinar os sujeitos a decidirem e planejarem a morte. São traçadas relações de poder/saber que legitimam os discursos sobre a produção de uma morte singularizada, a qual deve ser proporcionada pelos sujeitos, mediante um expert da saúde.
Palavras chave: Enfermagem/ Filosofia em enfermagem/ Morte/ Cultura.
 

Resumen
Derecho de muerte y poder acerca de la vida: saberes para lo gobierno de los cuerpos

Estudio que tuvo como objetivo examinar cómo la media articula y posiciona los saberes implicado en el proceso de muerte y morir. Investigación documental, se inscribe en el campo de los estudios culturales, en su vertiente Post-Estructuralista. El material empírico fueron diez reportajes publicados en las revistas Época y Veja, entre 2000 y 2012. Para organizar el corpus de análisis, se utilizó el software ATLAS.ti. Los resultados fueron sometidos al análisis del discurso de Foucault. La medicina y el jurídico están autorizados a enseñar sobre decisiones de la muerte. La enfermería está ligada al cuidado del cuerpo y los procedimientos técnicos. Se concluye que los medios construye la imagen del profesional con los atributos históricos de las profesiones. Las relaciones de poder/saber legitiman los discursos que producen una muerte singularizado que debe ser proporcionada por los sujetos y debajo de los experts de la salud.
Palabras clave: Enfermería/ Filosofía en enfermería/ Muerte/ Cultura.
 

Abstract
The right to die and power over life: knowledge to govern the bodies

This study aimed to examine how the media articulates the knowledge and positions involved in the process of death and dying. Documentary research in the field of post-structuralist cultural studies. The empirical material consisted of ten interviews, published in the magazines Época and Veja, between 2000 and 2012. To delimit thecorpus of analysis, we used discursive mapping by means of the software ATLAS.ti. The findings were submitted to discourse analysis inspired by Foucault. In the reports, nursing appeared linked to care for the body and technical procedures, leading to the conclusion that the media constructs the professionals' image, according to the historical attributes linked to the professions. The knowledge of medicine and of justice is authorized to teach the subject to decide and to plan the death. Power/knowledge relations are outlined that legitimize the discourse on the production of a singularized death, which must be provided by the subjects using an expert of health.
Key-words: Nursing/ Philosophy nursing/ Death/ Culture.
 

Referências

1. Marinho S, Arán M. As práticas de cuidado e a normalização das condutas: algumas considerações sobre a gestão sociomédica da "boa morte" em cuidados paliativos. Interface (Botucatu) [internet]. 2011 [cited 2014 Jun 8]; 15(36):7-20. Available from: https://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832010005000039

2. Silva KS, Kruse MHL. In defense of society: the invention of palliative care and the production of subjectivities. Rev Esc Enferm USP [internet]. 2012 [cited 2013 Dec 08]; 46(2):460-5. Available from: https://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342012000200026

3. Maciel MGS, Rodrigues LF, Naylor C, Bettega R, Barbosa SM, Burlá C, et al. Critérios de qualidade para os cuidados paliativos no Brasil. Rio de Janeiro (RJ): Diagraphic; 2009.

4. Brasil. Resolução nº 1.995, de 09 de agosto de 2012. Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 31 ago 2012. Seção 1.

5. Ribeiro RG, Kruse MHL. The woman body in review: the imperative of beauty. Texto Contexto Enferm [internet]. 2014 [cited 2014 Jun 06]; 23 (1): 101-8. Available from: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072014000100012

6. Ministério da Saúde (BR). Secretaria executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS, Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004.

7. Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 2.439/GM de 8 de dezembro de 2005: institui a política nacional de atenção oncológica. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 9 Dez 2005. Seção 1.

8. Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 963, de 27 de maio de 2013. Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 29 Ago 2013, Seção 1.

9. Muhr T. Atlas. ti: Qualitative data analysis 7 [internet]. 2013 [cited 2013 Feb 22]. Available from: https://www.atlasti.com/index.html

10. Foucault M. A ordem do discurso. 7ª ed. São Paulo (SP): Loyola; 2003.

11. Foucault M. A arqueologia do saber. 7ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Forense Universitária; 2008.

12. Foucault M. Microfísica do poder. 2ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Graal; 2010.

13. Brasil. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 20 fev 1998. Seção 1.

14. Schwengber MSV. Donas de si?: a educação de corpos grávidos no contexto da Pais & Filhos [tese]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação; 2006.

15. Foucault M. O nascimento da clinica. 6ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Forense Universitária; 2004.

16. Kruse MHL. Os poderes dos corpos frios-das coisas que se ensinam as enfermeiras [tese]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação; 2003.

17. Brum E. A enfermaria entre a vida e a morte. Época [internet]. 2008 [cited 2013 jan 15]. Available from: https://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI10399-15257,00-A+ENFERMARIA+ENTRE+A+VIDA+E+A+MORTE.html

18. Souza O, Zakabi R. Em busca de um lugar sereno. Veja. 2005 nov; 92-100.

19. Pires D. A enfermagem enquanto disciplina, profissão e trabalho. Rev Bras Enferm [internet]. 2009 [cited 2014 Ago 25]; 62(5):739-44. Available from: https://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672009000500015

20. Boemer MR. Enfermagem e morte. In: Santos FS, Incontri D. A arte de morrer: visões plurais. Bragança Paulista (SP): Comenius; 2007. p. 188-95.

21. Araújo STC, Cameron LE, Oliveira LFD. O sentido olfato no cuidado de enfermagem hospitalar. Esc Anna Nery [internet]. 2011 [cited 2014 Jun 09]; 15(4):811-7. Available from: https://dx.doi.org/10.1590/S1414-81452011000400021

22. Silva JR, Lima PC, Santos RM, Trezza MCSF, Veríssimo RCS. Nudez do paciente sob a óptica de estudantes da área de Enfermagem Fundamental. Rev Bras Enferm [internet]. 2012 [cited 2013 Jun 12]; 65 (3):428-36. Available from: https://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012000300006

23. Foucault M. História da sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro (RJ): Graal; 2001.

24. Barthes R. O rumor da língua. São Paulo (SP): Martins Fontes; 2004.

25. Schelp D. Até onde prolongar a vida. Veja. 2002 set; 82-91.

26. Lopes AD, Cuminale N. Eu decido meu fim. Veja. 2012 set; 98-106.

27. Kellner D. A cultura da mídia. Bauru (SP): EDUSC; 2001.

28. Brum E. Você quer ser pessoa ou paciente. Época [internet]. 2012 [cited 2013 jan 15]. Available from: https://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/09/voce-quer-ser-pessoa-ou-paciente.html

29. Alves R. O médico. 7ª ed. Campinas (SP): Papirus; 2002.

30. Lippman E. Testamento vital: o direito a dignidade. São Paulo (SP): Matrix; 2013.

31. Brum E. Testamento vital. Época [internet]. 2010 [cited 2013 jan.15]. Available from: https://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI154190-15230,00.html

32. Serres M. Hominescence. Paris (FR): Le Pommier; 2001.

33. Travassos DV. Judicialização da saúde e Sistema Único de Saúde: estudo de caso de três tribunais brasileiros [tese]. Belo Horizonte (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Odontologia; 2012.

34. Foucault M. A verdade e as formas jurídicas. 3ª ed. Rio de Janeiro (RJ): NAU; 2002.

Principio de p�gina 

Pie Doc

 

RECURSOS CUIDEN

 

RECURSOS CIBERINDEX

 

FUNDACION INDEX

 

GRUPOS DE INVESTIGACION

 

CUIDEN
CUIDEN citación

REHIC Revistas incluidas
Como incluir documentos
Glosario de documentos periódicos
Glosario de documentos no periódicos
Certificar producción
 

 

Hemeroteca Cantárida
El Rincón del Investigador
Otras BDB
Campus FINDEX
Florence
Pro-AKADEMIA
Instrúye-T

 

¿Quiénes somos?
RICO Red de Centros Colaboradores
Convenios
Casa de Mágina
MINERVA Jóvenes investigadores
Publicaciones
Consultoría

 

INVESCOM Salud Comunitaria
LIC Laboratorio de Investigación Cualitativa
OEBE Observatorio de Enfermería Basada en la Evidencia
GED Investigación bibliométrica y documental
Grupo Aurora Mas de Investigación en Cuidados e Historia
FORESTOMA Living Lab Enfermería en Estomaterapia
CIBERE Consejo Iberoamericano de Editores de Revistas de Enfermería