ENTRAR            

 


 

Texto & Contexto. ISSN:0104-0707 2017 v26n2 r26232p

 

 

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Ir a Sumario

 

 

Full text - English version

 

 

O discurso da violência obstétrica na voz das mulheres e dos profissionais de saúde

Virgínia Junqueira Oliveira,1 Cláudia Maria de Mattos Penna2
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de São João Del Rei, campus Divinópolis. Divinópolis, Minas Gerais, Brasil. E-mail: viju.oli@gmail.com 2Doutora em Filosofia de Enfermagem. Docente da Escola de Enfermagem da Universidade UFMG. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. E-mail: cmpenna@enf.ufmg.br

Recebido: 31 de julho de 2016
Aprovado: 19 de setembro de 2016

 

 

 

Cómo citar este documento

Oliveira, Virgínia Junqueira; Penna, Cláudia Maria de Mattos. O discurso da violência obstétrica na voz das mulheres e dos profissionais de saúde. Texto Contexto Enferm, abr-jun 2017, 26(2). Disponible en <https://www.index-f.com/textocontexto/2017/26232p.php> Consultado el

Resumo

Objetivo: analisar os discursos de mulheres e profissionais de saúde sobre a assistência ao parto, considerando as situações vivenciadas e as interações construídas entre eles durante o trabalho de parto e parto. Método: trata-se de um estudo interpretativo, com abordagem qualitativa. Utilizou-se a Análise de Discurso como método de pesquisa. Os cenários de investigação foram sete maternidades, pertencentes à rede pública da Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Foram realizadas entrevistas com 36 parturientes, dez enfermeiros obstetras e 14 médicos obstetras. Os dados coletados foram submetidos à análise de discurso. Resultados: os dados foram organizados em três categorias: 1) A violência obstétrica presenciada no discurso da enfermeira obstetra: que discute que mesmo reconhecendo a presença desta, falam da dificuldade de garantir os direitos das parturientes na cena do parto; 2) Hoje tudo é violência obstétrica: mostra a negação da existência desse fenômeno na relação profissional-paciente; 3) Aqui a gente não tem voz: há presença da violência obstétrica, porém há certo consentimento por parte das mulheres que, na presença do nascimento, esquecem a forma da assistência recebida. Conclusão: o tratamento hostil constitui um dos obstáculos à humanização da assistência ao parto, interferindo na escolha da via de parto, sendo necessário rever o conceito de violência obstétrica, considerando todas as suas especificidades e nuances.
Descritores: Tocologia/ Saúde da mulher/ Violência contra a mulher/ Humanização do parto/ Discurso/ Pesquisa qualitativa/ Enfermagem obstétrica/ Nascimento.
 

Resumen
El discurso de la violencia obstetrica en la voz de las mujeres y de los profesionales de la salud

Objetivo: analizar los discursos de mujeres y profesionales de salud sobre la asistencia al parto, considerando las situaciones vividas y las interacciones construidas entre ellos durante el trabajo de parto y parto. Método: investigación cualitativa, del tipo interpretativo. Se utilizó del análisis del discurso como método de investigación. Los escenarios de investigación fueron siete maternidades, pertenecientes a la red pública de la región Centro-oeste de Minas Gerais. Fueron realizadas 36 entrevistas con mujeres parturientas, diez enfermeros obstetras y 14 médicos obstetras. Los datos fueron sometidos a análisis de discurso. Resultados: los datos fueran organizados en tres categorías: 1) la violencia obstétrica presenciada en el discurso de la enfermera obstetra: que discute que aunque reconozca la presencia de esta, habla de la dificultad de garantizar los derechos de las parturientas en la escena del parto; 2) Hoy todo es violencia obstétrica: muestra la negación de la existencia de este fenómeno en la relación profesional-paciente; 3) Aquí uno no tiene voz: hay presencia de la violencia obstétrica, sin embargo, hay cierto consentimiento por parte de las mujeres que, en la presencia del nacimiento, olvidan la forma de asistencia recibida. Conclusión: el tratamiento hostil constituye uno de los obstáculos a la humanidad de la asistencia al parto, interfiriendo en la elección de la vía del parto, siendo necesario rever el concepto de violencia obstétrica, considerando todas sus especificaciones.
Descriptores: Tocologia/ Salud de la mujer/ Violencia contra la mujer/ Parto humanizado/ Habla/ Investigación cualitativa/ Enfermería.
 

Abstract
Discussing obstetric violence through the voices of women and health professionals

Objective: to analyze the discourses of women and health professionals regarding care during childbirth, considering the situations experienced and the interactions between them during labor and delivery. Method: this is an interpretative study with a qualitative approach. Discourse Analysis was used as the research method. The research scenarios were seven maternity hospitals, belonging to the public network of the Central-West region of Minas Gerais. Interviews were conducted with 36 laboring mothers, 10 midwives and 14 obstetricians. The collected data were submitted to discourse analysis. Results: the data were organized into three categories: 1. Witnessed obstetric violence described in the discourse of the midwife: which discusses that even acknowledging the presence of this, they talk of the difficulty of guaranteeing the rights of the mother in labor in the scenario of childbirth; 2. Today everything is obstetric violence: it shows the denial of the existence of this phenomenon in the professionalpatient relationship; 3. Here we have no voice: obstetric violence is present, but there is a certain consent on the part of women who, in the presence of the birth, forget the way they received assistance. Conclusion: hostile treatment is one of the obstacles of the humanization of childbirth care, interfering with the choice of delivery method, and it is necessary to review the concept of obstetric violence, considering all its specifics and nuances.
Descriptors: Midwifrey/ Women's health/ Violence against women Humanizing delivery/ Discourses/ Qualitative research/ Birth.
 

Referências

1. Rattner D. Humanização na atenção a nascimentos e partos: breve referencial teórico. Interface - Comunic, Saude, Educ [Internet]. 2009 [cited 2015 Jan 22];13(supl 1):595-602. Available from: https://www.scielo.br/pdf/icse/v13s1/a11v13s1.pdf
2. Munis BMV, Barbosa RM. Problematizando o atendimento ao parto: cuidado ou violência? In: Anais do Memórias Convención Internacional de Salud Pública. Cuba Salud, 2012 Dec 3-7 [Internet]. Palacio de las Convenciones de La Habana: Habana; 2012 [cited 2015 Aug 22]. Available from: https://www.convencionsalud2012.sld.cu/index.php/convencionsalud/2012/paper/view/744/321
3. Padilla J. Las Cesáreas em España: um problema em feminino plural. El Diario [Internet]. 2014 Mar 14; Zona Crítica [cited 2015 Jan 25]. Available from: https://www.eldiario.es/zonacritica/cesareas-Espana-problema-feminino-plural_6_238736174.html
4. Bonvicini L, Candela S, Evangelista A, Bertani D, Casoli M, Lusvardi A, et al. Public and private pregnancy care in Reggio Emilia Province: na observational study on appropriateness of care and delivery outcomes. BMC Pregnancy and Childbirth [Internet]. 2014 Feb [cited 2015 Nov 12]; 14(72):1-12. Available from: https://www.biomedcentral.com/1471-2393/14/72
5. Kruger L M, Schoombee C. The other side of caring: abuse in a South African maternity ward. Journal of Reproductive and Infant Psychology. 2010 Feb; 28(1):84-101.
6. Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt SDA, Carvalho ML, et al. Pesquisa nascer no brasil: perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad saúde pública [Internet]. 2014 [cited 2015 Nov 13]; 30(Suppl.):S192-207. Available from: https://www.scielo.br/pdf/csp/v30s1/0102-311X-csp-30-s1-0192.pdf
7. Leão MRC, Riesco MLG, Schneck CA Ângelo M. Reflexões sobre o excesso de cesarianas no Brasil e a autonomia das mulheres. Ciênc saúde coletiva [Internet]. 2013 Aug [cited 2015 Dec14]; 18(8):2395-400. Available from: https://www.scielo.br/pdf/csc/v18n8/24.pdf
8. Victoro CG, Aquino EML, Leal MC, Monteiro CA, Barros FC, Szwarcwald CL. Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e desafios. Lancet [Internet] 2011 May [cited 2015 Dec 11]:32-46. Available from: https://dms.ufpel.edu.br/ares/bitstream/handle/123456789/279/15%20Sa%C3%BAde%20de%20m%C3%A3es%20e%20crian%C3%A7as%20no%20Brasil%20progressos%20e%20desafios.pdf?sequence=1
9. Serviço Social do Comércio, Fundação Perseu Abrano. Pesquisa de opinião pública: mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado [Internet]. São Paulo: Sesc/FPA; 2010 [cited 2016 June 11]. Available from: https://novo.fpabramo.org.br/sites/default/files/pesquisaintegra_0.pdf
10. Silva MG, Marcelino MC, Rodrigues LSP, Toro RC, Shimo AKK. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. Rev Rene [Internet]. 2014 July/ Aug [cited 2015 Jun 25];15(4):820-8. Available from: https://www.periodicos.ufc.br/index.php/rene/article/view/1121/1079
11. Foucault, M. A arqueologia do saber [Internet]. 7th ed. Rio de Janeiro; Forense Universitária, 2005 [cited 2015 Dec 13]. Available from: https://www.uesb.br/eventos/pensarcomveyne/arquivos/FOUCAULT.pdf
12. Gregolin MR. Foucault e Pêcheux na análise do discurso: diálogos e duelos. 3ª. ed. São Carlos: Claraluz; 2007.
13. Melo VH. Obstetrícia: especialidade em extinção. Jornal do CRM-MG [Internet]. 2014 July/Sept [cited 2015 Dec 21];52:10. Available from: https://www.flip3d.com.br/web/pub/crmmg/index.jsp?ipg=152129
14. Souza JPD. As diferentes faces da violência obstétrica. Resc [Internet]. 2015 Mar [cited 2016 Jan 28]; 2(3):e84. Available from: https://saudenacomunidade.wordpress.com/2015/03/03/resc2015-e84/
15. Aguiar JM, D'Oliveira AFP, Schraiber LB. Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde. Cad saúde pública [Internet]. 2013 Nov [cited 2015 Oct 26]; 29(11):2287-96. Available from: https://www.scielo.br/pdf/csp/v29n11/15.pdf
16. Bourdieu P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2010.
17. Mello, R. O silêncio faz sentido. In: Anais do XI Simpósio Nacional e I Simpósio Internacional de Letras e Linguística, 2006, Uberlândia, Brasil [Internet]. Uberlândia (MG): UFU; 2006 [cited 2015 Sept 25]. p. 2588-94. Available from: https://www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_146.pdf
18. Foucault M. O nascimento da clínica. 6th ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária; 2008.
19. César MRA. Pensar a educação depois de Foucault. Cult [Internet]. 2010 Mar [cited 2015 Fev 12]; 134. Available from: https://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/pensar-a-educacao-depois-defoucault/
20. Barazal NR. Sobre violência e ser humano. Convenit Internacional (USP) [Internet]. 2014 May/Aug [cited 2015 Nov 11];15:77-86. Available from: https://hottopos.com/convenit15/77-86NeusaRB.pdf
21. Barlem ELD, Lunardi VL, Lunardi GL, Tomaschewski- Barlem JG, Silveira RS, Dalmolin GL. Sofrimento moral em trabalhadores de enfermagem. Rev Latinoam. Enferm [Internet]. 2013 Jan/Feb [cited 2015 Oct 24]; 21(spe):79-87. Available from: https://www.scielo.br/pdf/rlae/v21nspe/pt_11.pdf
22. Patah LEM, Malik AM. Modelos de assistência ao parto e taxa de cesárea em diferentes países. Rev saúde pública [Internet]. 2011 Feb [cited 2016 Jan 28];45(1):185-94. https://www.scielosp.org/pdf/rsp/v45n1/1759.pdf
23. Gomes ML, Moura MAV, Souza IEO. Obstetrical practice by nurses in institutional childbirth: a possibility for emancipatory knowledge. Text context enferm [Internet]. 2013 Jul-Sept [cited 2015 Jan 12]; 22(3):763-71. Available from: https://www.scielo.br/pdf/tce/v22n3/v22n3a24.pdf
24. Tesser CD, Knobel R, Andrezzo HFA, Diniz FA. Obstetric violence and quaternary prevention: what it is and what to do. Rev Bras Med Fam Comunidade [Internet]. 2015 June [cited 2015 Nov 21];10(35):1-12. Available from: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/viewFile/1013/716
25. Tomaschewski-Barlem JG, Lunardi VL, Barlem ELD, Ramos AM, Silveira RS, Vargas MAO. Como enfermeiros vêm exercendo a advocacia do paciente no contexto hospitalar? - uma perspectiva Foucaultiana. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2016Mar [cited 2016 Jun 15]; 25(1):e2560014. Available from: https://www.scielo.br/pdf/tce/v25n1/0104-0707-tce-25-01-2560014.pdf

Principio de p�gina 

Pie Doc

 

RECURSOS CUIDEN

 

RECURSOS CIBERINDEX

 

FUNDACION INDEX

 

GRUPOS DE INVESTIGACION

 

CUIDEN
CUIDEN citación

REHIC Revistas incluidas
Como incluir documentos
Glosario de documentos periódicos
Glosario de documentos no periódicos
Certificar producción
 

 

Hemeroteca Cantárida
El Rincón del Investigador
Otras BDB
Campus FINDEX
Florence
Pro-AKADEMIA
Instrúye-T

 

¿Quiénes somos?
RICO Red de Centros Colaboradores
Convenios
Casa de Mágina
MINERVA Jóvenes investigadores
Publicaciones
Consultoría

 

INVESCOM Salud Comunitaria
LIC Laboratorio de Investigación Cualitativa
OEBE Observatorio de Enfermería Basada en la Evidencia
GED Investigación bibliométrica y documental
Grupo Aurora Mas de Investigación en Cuidados e Historia
FORESTOMA Living Lab Enfermería en Estomaterapia
CIBERE Consejo Iberoamericano de Editores de Revistas de Enfermería